Ké Frô...?

Hoje venho falar-vos sobre aqueles vendedores de rosas indianos a que eu e muito boa gente chama de Ké Frô...
Uma das questões que se levantam acerca destes vendedores é «onde vivem?» ou «para onde vão quando a noite acaba?»... Tenho a certeza que o caro leitor nunca encontrou nenhum durante o dia... Há uma teoria que responde as estas questões... Os Ké Frô são seres noctívagos, só os encontramos à noite, a vender o seu produto. Durante o período diurno vivem num mundo à parte: enquanto uns tratam de ensinar a arte Ké frô aos seus descendentes, outros tratam do cultivo das flores e escravizam as suas esposas que embrulham as rosas... Mundo estranho hein?!

Há que fazer referência à evolução Ké Frôdista. Tal como em todos os bons negócios, é necessário acompanhar as novas tecnologias, estar a par das novas gerações. É o que acontece aqui: hoje em dia, um bom Ké Frô além de vender as tradicionais rosas, apresenta também uma outra gama de produtos. É o caso das luzinhas intermitentes penduradas ao pescoço, dos tweeties e dos outras bujigangas do género... Mas quais os requísitos para se ser um Ké Frô de sucesso? São vários: ter cabelo preto com um "penteado penteadinho", pele escura com a tonalidade de um cócó, poderá ou não ter um bigode, dominar mal a língua portuguesa (mesmo que já viva em Portugal há 10 anos...), boa capacidade de mobilidade e uma boa agenda (não se se já repararam mas eles estão em todo lado, são quase omnipresentes...) e por fim método e disciplina no que toca a seguir os preços de tabela Ké Frô à risca (2 Euros, nem mais nem menos! Não há hipótese de regatear o preço...).

Penso que não há mais nada a dizer, já abordei os principais pontos acerca destes mitos da noite. Acho que, de agora em diante, compreenderão melhor natureza dos Ké Frô e saberão que não vale a pena fugir: Eles são piores que Deus, estão mesmo em todo o lado... Quando menos esperar, naquele beco escuro e solitário, entre o silêncio da noite surgirá uma voz no vazio que pergunta: «Ké Frô??? Dôx Êros....» LoL